domingo, 11 de novembro de 2018

NOTIZIE DELLA FAMIGLIA - 004

Giovanni Caldieraro - O último movimento na Itália

Comune de Longare, Província de Vicenza, dia 11/11/2018, manhã, temperatura de 12°C, céu nublado, brisa suave, um pouco de neblina...
Há exatamente 137 anos, em 11/11/1881, provavelmente com um tempo muito parecido com o de hoje, Giovanni CALDIERARO (27), Giovanna Maria MILAN (18) e Domenica CALDIERARO (6 meses), partiam de Longare (VI) em direção à Montegaldella (VI), última residência da família na Itália, antes de emigrarem ao Brasil, em dezembro de 1885.
Certamente, a paisagem pelo caminho entre as duas localidades deve ter mudado bastante nesses quase 140 anos. Mas, mesmo assim, refiz o roteiro no dia de hoje para tentar sentir, de alguma forma, um pouco das sensações sentidas pelos nonni naquela época.
Abaixo, compartilho algumas imagens obtidas neste Dia de São Martinho (San Martino).
Chiesa di Santa Maria Maddalena, Longare (VI)
Partida de Longare (VI)
Pieve di San Mauro Abade, Costozza (VI)
Villaganzerla (VI)
Chegada a Montegaldella (VI)

terça-feira, 6 de novembro de 2018

ÚLTIMA CHAMADA

Boa tarde parentada e amigos!
Amanhã (dia 07/11/18) estamos partindo para novas pesquisas genealógicas e coleta de documentos nas Regiões do Veneto (Províncias de Verona, Vicenza, Padova, Venezia e Treviso) e da Friuli-Venezia Giulia (Províncias de Pordenone e Udine).
Assim, se alguém precisar de algum documento dos "nonni", e estivermos pelas redondezas, podemos tentar consegui-lo. Mas, atenção: o pedido deve conter "nome completo" (e muito próximo do exato) do antepassado, bem como plenamente identificados o local (comune e/ou paróquia) e a data (dia, mês e ano) do ato (nascimento, casamento ou óbito).
Por favor, deixem recados/pedidos aqui nos comentários do blog.
Salute!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

NOTIZIE DELLA FAMIGLIA - 003

Ester x Ester


Após mais de um ano sem escrever nada por aqui, pretendo retomar os “posts”. Sei que apenas uma meia-dúzia ou uma dezena de prim@s lê estas bobagens, pois deixam comentários e também conversamos por outros canais. Outras centenas de parentes não leem e, pior, não se dignam a oferecer ajuda para construir ”nossas árvores”... Se estou desanimado? Claro que sim. De qualquer maneira, não escrevo para estas centenas, mas para os “top ten”... rsrsrs Feito o desabafo, vamos à história de hoje.

Nas conversas relatadas no post “Como tudo começa?” (de 19/11/16), um dos nomes que surgiu foi o da “Tia Ester”, uma das irmãs do meu avô paterno Aloísio (Luiz) Caldieraro. Em 2007, quando tive oportunidade de pesquisar diretamente no “livro de família” de Montegaldella/VI (ver post “Dia de São Martinho”, de 11/11/16), pude confirmar a existência da pequena Ester. Estava lá, nas folhas da “Via Cittadello n. 167 e 168”: Ester, filha de Giovanni Caldieraro e de Maria-Giovanna Milan, nascida em Montegaldella, em 11 de maio de 1884. E, ainda, na última coluna de anotações, a observação: “Partida da família inteira para a América – Rio de Janeiro – em 12 de dezembro de 1884”. Portanto, Ester ainda não completara um ano de idade, ao embarcar para o Brasil; já seus irmãos, Domenica e Beniamino, estavam com 3 e 2 anos de idade, respectivamente.




Em junho de 2013, na minha visita à Nova Prata/Veranópolis (ver post “Notizie dela famiglia – 001”, de 08/12/16), Duda Caldieraro e eu encontramos, no Registro Civil de Nova Prata, o ato de casamento de Umberto Toscan (27 anos), nascido na Itália, com Ester Caldieraro (22 anos), nascida no Rio Grande do Sul (!?), realizado em 14 de setembro de 1912.

Quando retornei à Torres, e comecei a analisar os documentos, veio aquela sensação de “putz... esse pessoal antigo gostava de informar locais e datas incorretamente...” Mas, óbvio, continuei as buscas.

Alguns dias depois, o primo Ari, pesquisando no livro “Etnias de Alfredo Chaves”(1), que nada mais é que o “códice SA-70”, encontra na folha 12, registros 204 a 209, informações sobre a “família de Giovanni Caldieraro”. Lá está (literalmente):
204 Giovanni Calderaro, m, 31(a), cat., it., Vicenza, 1885
205 Maria Meleno, f, 29(a), cat., it., Vicenza, 1885
206 Domenica Calderaro, f, 11(a), cat., it., Vicenza, 1885
207 Luigi Calderaro, m, 4(a), cat., bras., RS
208 Ester Calderaro, f, 2(a), cat., bras., RS
209 Giovanna Calderaro, f, 11d, cat., bras., RS

Em fevereiro de 2016, numa pesquisa relâmpago ao site do Arquivo Nacional(2), meu primo Ari Uriartt e eu encontramos a “Lista dos emigrantes existentes a bordo do vapor Coventina, em 17 de janeiro de 1885”. Na folha 2-verso, registros 103 a 107, apareciam os nomes de Giovanni Caldieraro (30 anos), Maria, Domenica (3), Beniamino (2) e Ester (1), confirmando, portanto, os registros de Montegaldella/VI...


E agora? As datas estão quase todas incorretas? A ordem de nascimento dos filhos de Giovanni e Maria está errada? Difícil isso acontecer... Nomes e datas (idades) são comuns apresentarem erros, mas na ”ordem de nascimento dos filhos”, não... Olhando todas aquelas informações inconsistentes, de “cabeça quente”, dá vontade de jogar tudo numa gaveta, e ligar a televisão... Mas, não é assim que funciona. É hora de parar, respirar, pensar...

Lembrei-me de um costume (um tanto macabro para os dias de hoje) que nossos antepassados italianos do século XIX tinham, e então as coisas clarearam. Naquela época (século XIX, e antes), o índice de mortalidade neonatal era muito, muito alto. Também havia a tradição de repetir os nomes dos avós nos filhos: o primogênito teria o nome do avô paterno, a primogênita teria o nome da avó paterna, o 2º filho teria o nome do avô materno, e assim por diante... Juntando “b” e “a”... Os pais batizavam a criança com o nome de um(a) avô/ó... Se a criança “vingasse”, nos seguintes filhos iam colocando os nomes de outros avós... Porém, se precocemente o “anjinho voava aos céus” (termos assim eram usados nos registros de óbitos de recém-nascidos, ou de crianças de tenra idade), os pais batizavam a “próxima criança” com o mesmo nome d@ maninh@ falecid@.

E aqui está a parte triste da historieta de hoje... Observamos que Domenica, Beniamino e Ester (italianos) aparecem na lista de passageiros do Coventina. Entretanto, no códice SA-70, não aparecem mais o Beniamino nem a “Ester italiana”. E aqui o lado feliz... A Ester, mencionada no códice, é mesmo gauchinha, nascida cerca de 2 anos após meu avô Aloísio (que aparece como Luigi), e que, com 22 anos casou-se com Umberto Toscan.

Ester CALDIERARO e Umberto TOSCAN tiveram, pelo menos 5 filhos: Pierina (casada com um Luiz Felix BIAVATI), Leone, Tilde (casada com um SCHUSTER), Palma (casada com um BERNARDI) e Valério (casado com Amábile GAMBIM).

Agora, leitores e não leitores, é hora de “colocar na árvore” os descendentes do casal Umberto e Ester... Certo?

Notas:
1.  Arquivo Nacional – Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) – Fundos e coleções do Arquivo Nacional.
2.  Etnias de Alfredo Chaves – 1871 a 1891 / Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. – Porto Alegre: EST, 2000, 328 p.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

REGISTROS MICROFILMADOS

O verdadeiro presente de Final de Ano

Na mais recente postagem (002) da série "Notizie della Famiglia", ao final da nota 2, eu prometi mostrar um "passo a passo"de como acessar os milhões de registros (de nascimentos, casamentos, óbitos e outros) microfilmados pelos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (os mórmons) ao longo das últimas décadas. Adiante está o prometido.

Não tenho qualquer vinculação com os mórmons, não sei se eles gostam (ou não) que tudo mundo fique bisbilhotando os documentos (públicos) que eles recolheram ao longo dos anos, mas acho importante divulgar a existência e, mais importante, a forma de acessar esses documentos.

Particularmente, adoro história. E, quando se trata da "minha história", chego a voltar no tempo; minha mente e minha alma voltam aos meus 12 anos de idade. Não é pieguice; é gosto. Mas, vamos ao passo a passo.

Basicamente, reproduzirei as dicas que me foram prestadas pelo meu amigo genealogista Diego de Leão Pufal, do Blog "Antigualhas, histórias e genealogia" (http://pufal.blogspot.com.br/). Como exemplo, vamos procurar o registro de nascimento da Tia Nena (ver "Notizie della Famiglia - 001"): Registros Civis de Nascimentos, jan/fev 1907, município Veranópolis - RS (naquela época, "vila de Alfredo Chaves").

1. Vá na página dos mórmons (https://familysearch.org/catalog/search). Em "Localidade", escreva Veranópolis. Quando aparecer "Brazil, Rio Grande do Sul, Veranópolis", clique no link azul para este ir para a janela. Quando lá estiver, pressione o botão azul "Pesquisar".

2. Na tela seguinte, escolha a linha abaixo, e clique sobre ela:
- Brazil, Rio Grande do Sul, Veranópolis - Civil registration (2)
Apareceram duas alternativas (fontes), de dois "Autores": a primeira é do "Arquivo Público do Estado do RS" e a segunda é do "Registro Civil de Veranópolis-RS", de 1889 a 1922". Esta segunda é a que nos interessa. Clique sobre ela.
Pronto! Chegamos à página onde estão os microfilmes!!

3. Role a tela e encontrará a lista dos 16 microfilmes disponíveis. O que nos interessa é o 7º (Nascimentos 1905-1908). Clique sobre o ícone que representa uma máquina fotográfica e... Voilà!!! Aparece um microfilme com aproximadamente 700 imagens; uma para cada duas páginas de um livro de registro civil.

Simples assim.

Um 2017 cheio de coisas boas, e que todos consigamos chegar, lépidos e faceiros, ao 2018.

(Só para conferir... O endereço do microfilme onde aparece o registro de nascimento da Tia Nena é: https://familysearch.org/search/film/004090151?cat=263346 e a imagem é a 430).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

NOTIZIE DELLA FAMIGLIA - 002

Descendentes de Cristiano Caldieraro

Na condição de gordinho, de barba e cabelos brancos, aproveitando o clima de Natal, hoje vou "dar um presente" que muita gente vem me pedindo, já há algum tempo: a "Árvore dos Caldieraro".

Mas, não pensem que a vida é assim tão fácil...

Todos sabem que uma "árvore genealógica" nunca está 100% correta, e que nunca se completa. Então, o que hoje compartilho com vocês, é uma "parte quase correta" de uma de nossas árvores(1). E compartilho as informações, não por bondade ou por altruísmo, mas por interesse. Meu desejo é que o maior número de parentes ajude a "acertar" e "fazer crescer" essa obra.

A disponibilização de milhões de registros em microfilmes pelos mórmons(2), permite que todos se tornem "genealogistas amadores". Dá a chance de qualquer um beber diretamente na fonte; e quem experimentar, verá como é bom...

Mas, voltando ao regalo de hoje... Trata-se de um relatório extraído no aplicativo chamado Ancestral Quest 14 (AQ14). Nesse relatório, aparece até a 5ª geração dos descendentes (e seus cônjuges) de Cristiano (ou Crestan) Caldieraro. Este nonno, nascido em 16/9/1795, é pai do (já conhecido) Matteo Caldieraro. A exemplo dos mórmons, com a finalidade de preservar, em certa medida, a privacidade dos parentes ainda vivos, não avancei para as demais gerações. Sendo o AQ14 um programa feito na língua inglesa, não consegui evitar que "óbito" fosse abreviado por "d." ("nascimento" é "n." e "matrimônio" é "m."). Ah... e "cônjuge" está abreviado como "esp".

Ei-lo:





 
Bem... O "esqueleto" está aí... Se tiverem dúvidas e/ou sugestões, por favor, usem os "comentários". Se estiver ao meu alcance, faço as edições necessárias. Boas pesquisas!
Notas:
1. Cada ramo dos nossos ascendentes pode ser considerado como uma "árvore". Os pontos de corte ("início" e "fim") de uma árvore são estabelecidos por cada um de nós. Eu, por exemplo, para fins de pesquisa, tenho várias: Descendentes de Matteo Caldieraro, Descendentes de Antônio Zorzato, Descendentes de Pietro-Paolo Varnier, etc.

2. O roteiro (exemplo) "passo a passo" de pesquisa de microfilmes será o tema da próxima postagem. Prometo.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

NOTIZIE DELLA FAMIGLIA – 001

Aldaneve Caldieraro

Em julho de 2013, passei 2-3 dias “no Prata” (Nova Prata, RS) visitando o primo Eduardo (Duda) Motta Caldieraro, sua família e alguns outros parentes. Foram dias bastante agradáveis: muito carinho/acolhimento, ótimas refeições, excelentes vinhos, e velhas e inéditas histórias sobre a “parentada”.
Como não conseguimos “ver defunto sem chorar”, obviamente, fomos aos cartórios da região “garimpar” registros de “figurinhas raras”. No Ofício dos Registros Públicos de Veranópolis1, graças à boa-vontade da servidora Cláudia (e de suas colegas), conseguimos encontrar uma verdadeira “pérola2”.
Aldaneve, aos 35 anos de idade.
Aldaneve (em pé) e sua mãe Theresa.

Entre as “fotos antigas do (primo) Ari (Henrique Uriartt)”, havia duas onde aparecia uma tal de “Tia Nena” filha de “Tia Tereza” (conforme anotações no verso das mesmas). Mas, a informação terminava aí: Tia Nena.

Pois naquela tarde, em Veranópolis, no Livro de Nascimentos A-25, no verso da fl. 20 e na fl. 21, encontramos o registro (nº 44) de nascimento da pequena ALDANEVE (CALDIERARO), filha de Theresa Caldieraro, em 29 de janeiro de 1907. Foi declarante a avó Pasqua (Paschoa Valloni) Caldieraro.


Naquele dia, acabamos por não pegar a respectiva certidão. Mas, agora, graças à disponibilização dos registros pela Igreja dos Santos dos Últimos Dias, encontramos e divulgamos as imagens originais do registro de nascimento da Aldaneve.

Se alguém tiver mais alguma história (casamento, uma filha chamada Iara?, profissão, moradia, óbito, etc.) sobre a Aldaneve e/ou sua mãe Theresa, por favor, compartilhe aqui.


Notas:

  1. http://www.ecartorios.com/centro-veranopolis-95330000/
  2. “Pérola”, aqui, significa um indício, uma informação superficial, uma foto, uma lembrança, uma suspeita ou pista, colhida ou encontrada por acaso que, ao se “combinar” com outra “peça”, se transforma numa “informação consistente”, uma verdadeira “joia” a ser colocada na “árvore da família”.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

NOTIZIE DELLA FAMIGLIA – 000

Notícias da família - 000


O objetivo dessa série é divulgar antigos registros, recém-encontrados. Explico. Desde aquela tarde fria de julho (ver post anterior), minha pesquisa genealógica se resume a: 1. Confirmar ou retificar as informações; e 2. Buscar “novos” dados.
Com a “evolução” da internet (lembrem-se que estamos falando de julho de 1986...), representada pela popularização das redes sociais (Orkut, Facebook...), e principalmente com o surgimento do “oráculo supremo”, o Google, a pesquisa genealógica avançou quarteirões.
Entretanto, há alguns meses (não sei bem precisar), uma verdadeira revolução foi patrocinada pelos mórmons (a Igreja dos Santos dos Últimos Dias), através da página do Family Search1. Eles resolveram disponibilizar a consulta “on-line”, GRATUITA e SEM necessidade de “cadastro”, de milhares (milhões?) de registros civis e eclesiásticos microfilmados por eles, ao redor do mundo, durante décadas. São registros antigos (com 100 anos ou mais), a maioria deles ainda não “indexados2”. Num próximo post, mostrarei como acessar os microfilmes.
No primeiro microfilme pesquisado, por exemplo, encontrei os registros de nascimento de Aldaneve (tia Nena?), filha da tia Theresa (que era filha de Francesco Girolamo), em 29/1/1907, e de Victorio Luiz, filho de Francesco Girolamo, em 19/2/1907. Ou seja, o tio nasceu 3 semanas após a sobrinha.
Serão posts curtos, reportado os “achados”, como esses aí de cima, que farão parte da série “Noticie de la Famiglia”. Como sempre, peço à parentada que comente e que traga mais informações sobre a “figurinha” objeto do post; pois a história dos nossos antepassados é bem mais que um “catálogo telefônico”.

Notas:
1. https://familysearch.org/
2. “Indexados”, significa que os dados contidos nas imagens foram armazenados em bancos de dados.